PetitesFolies


tez

escuta-se o prenúncio
o instante que ressaltará
ter se aviltado o semblante
que se denuncia
a consciência teme
o que se constrói em falácia
a estática extrai
a confissão que não renuncia
qual que é o embate
ter coragem de fingir verdade
com astúcia desvendar mentira
de modo destemido se apropria
o lamento não gemido
reverbera e reflete no espelho,
torna-se imagem: inaudível, não dita,
imutável, única, lívida.


Chico Buarque

Agora eu era.


Life of Pi

“Preciso dizer uma coisa sobre o medo. Ele é o único adversário efetivo da vida. Só o medo pode derrotá-la. É um adversário traiçoeiro, esperto… Como eu sei disso! Não tem nenhuma decência, não respeita leis nem convenções, não tem dó nem piedade. Procura o nosso ponto mais fraco e o encontra com a maior facilidade. Começa pela mente, sempre. Num momento, estamos nos sentindo calmos, confiantes, contentes. Aí o medo, disfarçado sob a capa de uma ligeira dúvida, se infiltra na nossa mente como um espião. A dúvida vai ao encontro do descrédito e o descrédito tenta expulsá-la dali. Mas ele não passa de um soldado de infantaria com armamento deplorável. Sem maiores problemas, a dúvida consegue vencê-lo. Começamos a ficar ansiosos. A razão entra em cena para lutar por nós. Ficamos mais tranquilos. Afinal, ela está inteiramente equipada com armamentos da mais avançada tecnologia. Mas, para nossa surpresa, apesar da superioridade das suas táticas e de uma quantidade inegável de vitórias, a razão é derrotada. Nós nos sentimos enfraquecidos, hesitantes. A nossa ansiedade se transforma em pavor.

O medo, então, se concentra inteiramente no nosso corpo, que já está sabendo que algo terrível vai acontecer. Os nossos pulmões já bateram asas como um pássaro e as nossa entranhas foram embora se esgueirando como uma cobra. Agora, a nossa língua cai morta como um gambá, enquanto as nossas mandíbulas começam a galopar sem sair do lugar. Os nossos ouvidos ficam surdos. Os nosso músculos começam a estremecer como num ataque de malária e os nosso joelhos chocalham como se estivessem dançando. O nosso coração fica apertadíssimo ao passo que o nosso esfíncter relaxa demais. E assim por diante, com todo o resto do nosso corpo.Cada parte de nós, a seu modo, entra em colapso. Só os nossos olhos continuam funcionando bem. Eles sempre dão a devida atenção ao medo.

Bem depressa, tomamos decisões precipitadas. Abandonamos os nos últimos aliados: a esperança e a confiança. E pronto! Nós mesmo nos derrotamos. O medo, que não passa de uma impressão, acabou de nos vencer.

É uma questão difícil de expressar em palavras. Pois o medo de verdade, aquele que abala até mesmo os nosso alicerces, aquele que sentimos quando nos vemos cara a cara com o nosso fim mortal, se instalava na nossa memória como uma gangrena: trata de estragar tudo, até mesmo as palavras que usamos para falar dele. Portanto, é preciso um esforço enorme para expressá-lo. Temos de lutar bravamente para lançar a luz das palavras sobre ele. Porque, se não fizermos isso, se o nosso medo se tornar uma escuridão indescritível, estaremos abrindo a guarda para sofrer novos ataques, já que nunca enfrentamos para valer o adversário que nos derrotou”.


Homework

Life doesn’t want to know if you don’t like

to be rude
to get angry
to discuss
to fight
to break up
to get jealous
to be betrayed
to be misunderstood


Cerveau

Imagem


Top Movies

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People are

trouble.


A humanidade se divide entre

quem prefere chocolate ao leite
e quem prefere meio-amargo.


Music is like feelings

.
you can’t touch.

.


Religião

Declaram guerras, em nome de deus
Dominam territórios, em nome deus
Dizimam e escravizam povos, em nome de deus
E, quando pessoas querem ter apenas o direito de amarem-se umas as outras,
são perseguidas, em nome de deus.


Olha lá
Vai passando
A procissão
Se arrastando
Que nem cobra
Pelo chão
As pessoas
Que nela vão passando
Acreditam nas coisas
Lá do céu
As mulheres cantando
Tiram versos
Os homens escutando
Tiram o chapéu

Eles vivem penando
Aqui na Terra
Esperando
O que Jesus prometeu
E Jesus prometeu
Coisa melhor
Pra quem vive
Nesse mundo sem amor
Só depois de entregar
O corpo ao chão
Só depois de morrer
Neste sertão

Eu também
Tô do lado de Jesus
Só que acho que ele
Se esqueceu
De dizer que na Terra
A gente tem
De arranjar um jeitinho
Pra viver

Muita gente se arvora
A ser Deus
E promete tanta coisa
Pro sertão
Que vai dar um vestido
Pra Maria
E promete um roçado
Pro João

Entra ano, sai ano
E nada vem
Meu sertão continua
Ao Deus dará
Mas se existe Jesus
No firmamento
Cá na Terra
Isso tem que se acabar